segunda-feira, 28 de junho de 2010

A mandala e a individuação.

É especial a relação entre a mandala e a individuação, proposta por C. J. Jung. A mandala tem uma característica única: o ponto central. O ponto central é a Origem do Ser. Em torno da Origem, a construção das cores e formas dão complementaridade à Essencia.
A construção ao redor do ponto central é a característica mais importante do "processo". Essa construção permite ao indivíduo "imprimir" o contexto que permeia seu ponto de origem, bem como seus caminhos e estratégias de vida intra psíquica para o contato interior consigo mesmo.
Curvas, retas, pontos, traços, segmentos, são todos relacionados diretamente com as posições neurais que procuramos quando mergulhamos dentro de nós mesmos em busca de algo que só está dentro, e que só se torna externo após voltarmos desse mergulho. A volta ao externo é exatamente o momento final da construção da mandala: a chegada na borda final, e sua finalização. O momento de exteriorização de sí dessa viagem interior é a contemplação do trabalho finalizado. Por isso uma mandala exerce tanta atração ao contemplador: sua contemplação é a contemplação das possibilidades de contato com o ponto de origem, o cerne da Essência.
Essa é a potência que uma mandala exerce. Uma individuação pelo processo. Pelo processo de descrever artisticamente os caminhos interiores que levam a Essência do Ser. Lembrando que a Essência do Ser e o contato com Ela, é a própria individuação em sí.