quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Os 4 elementos e a Mandala.

Muito se fala dos 4 elementos, mas, na prática são praticamente o "essencial invisível aos olhos". Na antiguidade, os povos pré socráticos (dos pensamentos de antes de Sócrates e Platão) orientavam-se nos seus cotidianos pela fenomenologia do "aqui-agora". Também ponderavam profundo respeito aos elementos que compõe o mundo: ar, terra, água e fogo. A relação dos povos pré socráticos com os 4 elementos era de aceitação e adequação, fazendo assim da condição humana um berço para a transformação junto com a mãe natureza.
À medida que os pensamentos de Sócrates e Platão foram penetrando as sociedades, com a primícia básica da busca do idealismo da verdade, o homem foi distanciando-se da fenomenologia em prol do desenvolvimento desse mar de imaginação idealística ao qual começou a ir de atrás. Não certo nem errado, o homem expandiu sua maneira de sonhar e ir de atrás de um ideal ao qual atribuiu-se uma verdade absoluta, muitas vezes impossível de se alcançar.
Face à essa desconexão do homem com o elemental da vida, Nietzsche veio e perguntou ao homem: para quê a verdade? E novamente o homem pode voltar a ter uma possibilidade de reencontro com seu inconsciente elemental. Essa pergunta pode o colocar de volta à própria Jornada de Herói, em busca de uma equalização dos 4 elementos para findar-se no 5º: A PRÓPRIA ESSÊNCIA DE SUA EQUALIZAÇÃO ELEMENTAL.
A mandala passa então para um status de miscelânea dos elementos, na busca do próprio homem em organizar-se por dentro. A mandala demonstra fagulhas dos 4 elementos em traços, cores e texturas para que possam ser organizados no contexto de vida do cliente em tratamento Arteterapêutico. O resultado só poderá ser contemplado com a obra do próprio artista de sí: em organizar-se elementalmente, na busca da sua própria essência. Dizer então que uma mandala é a própria essência de quem a faz? Sim, pode parecer uma afirmação coerente, "SE" o cliente em Arteterapia encontrar a si na obra final resultante do trabalho com os 4 elementos. E o resultado? É o 5 elemento: a harmonia resultada da própria organização interior dos elementais ancestrais resgatados pelo cliente.

O TRABALHO COM ESSA MANDALA DA FOTO:
Essa mandala é resultado do trabalho com as cores do elemento terra, em pessoa com "predominância" de elemento ar (no Tipo Psicológico), e consequente dificuldade em adequar-se à realidade dos fatos e fenômenos do cotidiano. O elemento ar predominante, nessa pessoa, mostrou que ela tinha uma forte manifestação de ideais complexos e impossíveis de se tornar realidade. O trabalho mostrou à pessoa que as possibilidades de argumentação interior com o mundo realístico são possíveis. As cores escolhidas e aplicadas de forma ordenada, mostraram a numinação do elemental terra que estava "esquecida" nos porões do inconsciente coletivo. Hoje, esta pessoa tem aceitado mais a fenomenologia exterior em respeito à fenomenologia interior que a faz perceber-se fora, naquilo que ela cria.
(resumo da atividade terapêutica, publicada com autorização sem identificação da pessoa - agradecimentos pessoais pela disponibilização).