quarta-feira, 25 de maio de 2011

Os fractais: áudio e/ou visual.


O som é material de áudio. Já a imagem, do campo visual. São dois elementos dissociados quando puros: o áudio ou o visual. Visto pelo olhar da psicologia, são duas "realidades" perceptivas distintas como função (função autônoma), mas simbióticas enquanto funcionalidade (função gestáltica). A fusão entre o áudio e o visual, de suas funções autônomas numa única funcionalidade simbiótica, resultam numa nova "realidade" psíquica: a audiovisual. Pois bem. Analisando por esse ponto de vista, temos então duas funções psíquicas para o trabalho criativo com som (o áudio e o áudio visual) e duas funções psíquicas para o trabalho criativo com o visual (o visual e o audiovisual).

Ao considerarmos apenas o visual autônomo como ponto de partida para o ato criativo, consideramos que qualquer aspecto visual CONTENHA o ESPAÇO que TEORICAMENTE pode produzir o som. Digamos que nos deparemos com um quadro onde há uma pintura de uma estação de trem. Imediatamente podemos RESGATAR da nossa MEMÓRIA SONORA os SONS possíveis de existirem naquele ambiente VISUAL. E assim, podemos ouvir INTERNAMENTE o som da imagem que vemos EXTERNAMENTE. Essa é a MÚSICA INTERIOR. Cada um tem a sua própria leitura sonora da imagem. SOMENTE QUANDO EXTERNALIZAMOS o que OUVIMOS INTERNAMENTE para integrar com a imagem que suscitou tal musicalidade interior expressada, é que o objeto artístico torna-se AUDIOVISUAL, da imagem para o som. (SOM DA IMAGEM, DO PONTO DE VISTA DO OUVINTE QUE O COMPÔS).

Ao considerarmos apenas o áudio autônomo como ponto de partida para o ato criativo, consideramos que qualquer aspecto sonoro TEVE ORIGEM num ESPAÇO, que TEORICAMENTE é um AMBIENTE CONCRETO de onde o som foi originado. Digamos que ouvimos uma sonoridade de um ritmo pulsante, com um ruído de água. Imediatamente podemos resgatar da nossa MEMÓRIA VISUAL as IMAGENS possíveis de enquadrarem-se com a sonoridade ouvida. Assim, podemos IMAGINAR INTERNAMENTE as imagens dos sons que ouvimos EXTERNAMENTE. Essa é a IMAGEM INTERIOR. Cada um tem a sua própria coleção de imagens evocadas por uma determinada sonoridade. SOMENTE QUANDO EXTERNALIZAMOS o que IMAGINAMOS INTERNAMENTE para interagir com a sonoridade que suscitou tais imagens interiores expressadas, é que o objeto artístico torna-se AUDIOVISUAL, do som para a imagem (IMAGEM DO SOM, DO PONTO DE VISTA DO IMAGINADOR QUE A IMAGINOU).


A partir disso, apresento as reflexões sobre os fractais e as sonoridades, no contexto audiovisual de apresentação.

As imagens que vemos nos fractais, são imagens feitas a partir de cálculos matemáticos. Existem dois tipos de fractais: os geométricos e os aleatórios. Ambos são calculados e precisos. A questão da interação desses cálculos com a música tem a ver com a programação da projeção da animação desses resultados calculados. Digamos que os resultados dos cálculos foram programados para serem apresentados em forma de imagens geométricas a cada batida que a música apresentar. Cada batida da música apresentará então uma forma geométrica, que será sucedida por outra forma na próxima batida, que será complementada por mais uma forma na batida subseqüente, e assim sucessivamente. Dessa maneira, veremos a imagem à medida que as batidas da música forem desenvolvendo-se. Esse fenômeno pode ser observado nos plugins de visualização do Windows Média Player. Pode-se inclusive fazer uma experiência com eles: colocar uma música bem lenta e observar as imagens que vão se formando. Depois colocar uma música bem rápida e observar as imagens que vão se formando. Após essas duas percepções, fica mais clara a função da música como geradora de "MOMENTOS" para que as "IMAGENS" se formem na tela.


Em suma: fractais são programados para formarem-se nas determinadas freqüencias sonoras à que foram programadas para surgirem. Podemos ser compositores de imagens, à medida que trocamos a música com a qual o programa de fractais é executado. Podemos oferecer ao cliente uma ferramenta de composição e expressão tecnológica para terapia. É um método particularmente interessante para jovens em fase de estruturação da personalidade, principalmente por alguns plugins de fractais formarem imagens múltiplas de mandalas. Podemos também aplicar as formas no contexto imaginativo, em séries de imagens que se sucedem num contexto meditativo. Aliado a uma determinada música do repertório individual do cliente, poderá servir até como uma espécie de "mantra" imagético. São inúmeras as aplicações dessa funcionalidade tecnológica, basta apenas que saibamos contextualizá-las PARA O mundo interior DO CLIENTE ou DO GRUPO em atendimento Arteterapêutico.


Bons Momentos.

4 comentários:

Mis disse...

VC é um showwwwwwwwwwwwww!!!! Parabéns.. bjs

Leda Santos disse...

Arthur sou sua fã! tudo que você diz para mim faz sentido, Parabéns pela pessoa iluminada que você é!

Leda Santos

Conheça meu Blog, estou montando-o devagar: desvelandoarte.blogspot.com

Leda Santos disse...

Arthur sou sua fã! Tudo que você diz para mim faz sentido, Parabéns pela pessoa iluminada que você é!

Leda Santos

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franpaula_sjc disse...

Ahhh que loooosho!!! Vc é meu orgulho!!!! Muita, muita luz nesse caminho lindo querido!!! Beijos